RICS



Rede Industrial da Confecção Solidária

A história da Rede Industrial de Confecção Solidária (RICS) começou a ser tecida nas primeiras edições do Fórum Social Mundial (FSM), em 2003 e 2005, quando a Guayí contratou grupos de mulheres para fornecer serviços e produtos aos visitantes, tais como bonés, camisetas e bolsas. No entanto, apesar do talento e da obstinação para gerar de forma digna o sustento de suas famílias, observou-se que essas mulheres não conseguiam dar sustentabilidade ao seu trabalho, que só ganhava impulso durante grandes eventos.

Com base em sua atuação na Economia Solidária, a Guayí diagnosticou que ações pontuais de formação ou comercialização eram insuficientes para superar a situação de vulnerabilidade social desses empreendimentos. Era preciso uma inserção contínua de renda e capacitação. Assim, criou-se o conceito de demanda socialmente orientada, que pressupõe a parceria entre organizações de apoio técnico e formação para gestão, instituições públicas ou privadas que demandem serviço ou produto, e empreendimentos solidários autogestionários. O desafio dessa parceria é propiciar melhores condições para a inserção econômica autosustentável dos empreendimentos solidários, possibilitando maior agregação de valor na produção.

A Guayí, então, apresentou projeto para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC),  demonstrando a viabilidade econômica e social para a implantação de uma rede autogestionária de empreendimentos solidários através da confecção da roupa hospitalar. Da parceria entre a Guayí e o GHC surgiu a Rede Industrial de Confecção Solidária (RICS), que foi implantada inicialmente a partir da organização das trabalhadoras e dos trabalhadores em quatro grupos solidários, tendo como princípios a economia solidária e a autogestão.

Atualmente, 31 trabalhadoras estão organizadas em uma rede de sete (07) empreendimentos solidários, sendo um deles formado por reeducandas em regime fechado do presídio feminino Madre Pelletier. No total, 18 mil peças de roupas hospitalares são produzidas e comercializadas mensalmente, e a renda média delas é cerca de dois salários mínimos e meio.

Esta tecnologia social foi uma das 24 finalistas ao Prêmio Nacional de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil (FBB).

 

Como funciona a RICS

Os empreendimentos solidários que formam a RICS estão localizados em Porto Alegre e Região Metropolitana. Fazem parte deles principalmente mulheres arrimas de família, jovens ou acima dos 40 anos, com dificuldades de inclusão no mercado de trabalho, incluindo reeducandas e ex-reeducandas da Penitenciária Feminina Madre Pelletier.

Elas cortam, costuram, planejam, gerem seus empreendimentos e garantem o controle rigoroso das peças produzidas, tudo sem descuidar de novas oportunidades  de mercado que possam surgir.

Atualmente, a rede é formada por seis empreendimentos solidários e a Guayí, que atua com gestão, formação e operacionalização.  São eles:

  • SHALON – Costurando em Rede (04 associadas)
  • KRAS – Kriar e Reinventar Ações Solidárias (03 associadas)
  • CIAS – Costurando e Inovando Ações Solidárias  (04 associadas)
  • Mulheres Solidárias da TUCA  (03 associadas)
  • Mulheres Inovadoras da TUCA (04 associadas)
  • Liberdade – Madre Peleutier (05 integrantes + Técnica)
  • Grupo Técnico Guayí (08 integrantes)