Comitê Popular da Copa Cristal segue mobilizado por suas reivindicações



No dia 09 de fevereiro de 2011, o Comitê Popular da Copa Cristal e a Comissão de Moradores da Vila Divisa Cristal, realizou uma Assembléia Popular que bloqueou a Avenida Cruzeiro do Sul e o início da Avenida Divisa. Ao final, a assembleia fez seus encaminhentos (e os protocolou em documento escrito no Gabinete do Prefeito de Porto Alegre dia 14 de fevereiro). Aquele ato foi o marco que denunciava a falta de diálogo do Governo Municipal com a comunidade da Divisa Cristal, bem como a ausência do prefeito José Fortunati na região para debater com os moradores atingidos a obra da duplicação da Avenida Tronco.

O documento solicitava reunião com o prefeito e informações sobre as áreas indicadas pela Comissão de Moradores para desapropriação e futuros reassentamentos dos atingidos pela obra. Além disso, solicitava informações sobre o cadastramento sócioeconômico e pedia representação das comunidades da Região Cristal atingidas pelas obras da Copa 2014 no Comitê Gestor da Copa criado pelo governo municipal.

As representações no Comitê Gestor da Copa foram obtidas após Audiência Pública com o Ministério Público Federal no dia 25 de março, audiência provocada pelo Comitê Popular da Copa Cristal e pela Comissão de Moradores da Divisa Cristal. A reunião com o prefeito Fortunati só aconteceu dia 29 de junho de 2011, após decisão da Comissão Moradores de não realizar o cadastramento sócioeconômico enquanto não fossem sanadas suas dúvidas e exigências. A comissão reivindicava se que respeitassem e garantissem compromissos por parte da municipalidade: direito dos moradores à moradia digna e à cidade. Esses moradores e moradoras vivem sobre o traçado da futura duplicação da Avenida Tronco, em muitos casos, há mais de 40 anos.

Os vídeos disponíveis nos links abaixo são parte dessa trajetória e também registro e documento das inconsistências que ainda perduram por parte do governo municipal, mesmo com a comunidade tendo liberado o incío do cadastramento no dia 11 de julho de 2011. A comunidade não quer ser argumento do discurso oportunista de que os moradores de áreas irregulares e que estão sobre o traçado da Avenida Tronco estariam impedindo o “desenvolvimento” de Porto Alegre. Isso camufla a falta de processos de participação e decisão que garantem o direito à cidade e o controle social por quem construiu e vive o seu território. Território esse que é, hoje, cobiçado pelos verdadeiros invasores, os especuladores imobiliários, amparados pelo mão forte do poder público municipal.

http://quilombodosopapo.blogspot.com/2011/02/assembleia-popular-da-vila-crista-09-de.html

http://quilombodosopapo.blogspot.com/2011/03/25-de-marco-audiencia-publica-com-o-mpf.html

(Com informações do Quilombo do Sopapo)

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