CONFECÇÃO SOLIDÁRIA – Eco-sol EMREDE – Grupo Hospitalar Conceição
I.Contexto do projeto
O presente projeto insere-se na mobilização nacional de
combate à fome e nas políticas públicas de geração de trabalho e renda
para população atingida pelo desemprego e pela exclusão social .
As duas últimas décadas do séc. XX apresentaram uma
novidade no contexto brasileiro em que, mesmo quando houve crescimento
econômico, os índices de desemprego mantiveram-se altos, resultante de
processo de reestruturação produtiva com a eliminação significativa de
postos de trabalho formal e conseqüente informalização de um
contingente da força de trabalho. Essa situação está articulada com a
desestruturação do Estado e dos mecanismos de proteção social (DIEESE,
A situação do trabalho no Brasil. São Paulo: DIEESE,2001).
Em setembro de 2003, na cidade de Porto Alegre, a taxa
de desemprego estava em 17,4%, em setembro, representando um
contingente de 118 mil desempregados. Entre as mulheres, descendentes
afros e jovens com baixa escolarização a taxa de desemprego chega
próximo aos 30%.
A resistência em busca da sobrevivência praticada pelos
setores sociais atingidos ocorre basicamente através do subemprego, do
trabalho temporário ou de atividades informais de baixíssima
rentabilidade e alta instabilidade. Neste contexto, as mulheres da
periferia de Porto Alegre que, como das demais cidades de médio e
grande porte, têm assumido importante papel na responsabilidade da
reprodução e manutenção do núcleo familiar, encontram maior dificuldade
para cumprir a educação formal e adquirir profissionalização e acabam
ocupando-se das atividades mais precarizadas e instáveis disponíveis. O
índice de desemprego, considerando apenas as mulheres, sobe para
próximo de 24% (idem boletim da PED / Porto Alegre).
Estes segmentos da população têm apresentado formas de
sobrevivência assentadas no próprio conhecimento precário adquirido
anteriormente na tradição familiar, no antigo trabalho ou em curso
profissionais geralmente dissociados da sua inserção laboral. As
iniciativas estão baseadas na vontade empreendedora espontânea,
individual ou em grupos, fruto da disposição para o trabalho, inclusão
social e conquista de melhores condições de vida para a família. Estas
formas espontâneas de trabalho constituem atividades empreendedoras
caracterizadas pela baixa mobilização de recursos financeiros,
descapitalizadas; são atividades intensivas em trabalho, com poucos e
defasados meios de produção, nenhuma tecnologia ou processo inovativo;
os trabalhadores possuem alguma formação técnica oriunda de trabalhos
anteriores, e carecem (pois quando possuem é de forma intuitiva) de
noções de gerência, controle, custos, marketing, ou design.
Nos bairros e vilas da periferia de Porto Alegre e
região Metropolitana, uma das atividades laborais que tem servido como
alternativa de trabalho e renda, em particular para as mulheres, é a
confecção. Isto é devido à disponibilidade de trabalho em face ao
desemprego no setor e à transmissão de conhecimento pela tradição
familiar. O trabalho isolado, sem o emprego formal, tem trazido pouco
ou nenhum resultado. Nos últimos 10 anos, alguns grupos de costureiras
associadas têm surgido, com apoios de políticas públicas de fomento à
economia solidária para, em um esforço comum, obterem melhores
resultados no mercado. Porém, as dificuldades são significativas devido
a pouca experiência, falta de capital (financiamento da produção) e
falta de assessorias (gestão e tecnologia), tendo em conta os níveis de
escala e de escopo que o mercado exige para tornar o investimento
rentável, ou seja, para que o trabalho dos grupos gere renda para os
trabalhadores.
Fruto deste trabalho conjunto de associação das
costureiras e do apoio de ong’s, órgãos públicos e universidades, hoje
existem em torno de 20 grupos solidários de confecção, com uma média de
30 trabalhadoras por grupo, envolvendo assim um universo de
aproximadamente 600 costureiras, que podem beneficiar indiretamente
mais de 4.000 pessoas.
A GUAYÍ tem privilegiado o acompanhamento destes grupos
fomentando a constituição de empresas formais de propriedade dos
próprios trabalhadores, nos formatos de cooperativas e microempresas
solidárias. Este acompanhamento se realiza através da formação em
autogestão, assessoria para o fomento à atividade econômica e a
articulação destes diferentes empreendimentos em rede para que atuem no
mercado conjuntamente de forma cooperada, solidária e autogestionária.
Desde o Fórum Social Mundial 2003, a ONG vem fomentando
a constituição da rede Eco-sol EMREDE, formada por empreendimentos
solidários dos segmentos de confecção, alimentação artesanato e
serviços.
A rede de cooperação solidária Eco-sol EMREDE é
resultado da experiência da Rede de Economia Solidária organizada por
iniciativa da ONG GUAYÍ para o Fórum Social Mundial 2003. No Fórum,
devido à dimensão do evento, houve a aglutinação de empreendimentos
solidários de todo o Estado, de regiões do País e inclusive do
exterior. A Rede contou com a participação na organização de ong’s e
governos populares que, junto com os empreendimentos solidários,
organizaram uma intervenção econômica em rede no evento envolvendo 375
cooperativas e grupos solidários das áreas de alimentação, artesanato,
confecção, serigrafia, e produtos variados. A economia solidária
organizou 12(doze) praças de comercialização entre Gigantinho, Cais do
Porto, Cidade da Juventude e Puc. Entre outras coisas, providenciou
infra-estrutura das praças, financiamento para produção, encomenda de
produtos, organização dos empreendimentos, formação e planejamento de
autogestão e produção, logística de produção, publicidade, patrocínio,
marketing, captação de recursos.
Entre as operações econômicas da Rede do FSM2003
destaca-se a produção das 27.800 bolsas para os delegados e 1060
camisetas para as trabalhadoras do Fórum, a um valor total de R$
130.000,00, feitos no modelo facção, com as tarefas distribuídas entre
os grupos solidários de costura e serigrafia – 10 grupos – em um espaço
de tempo de 10 dias. Esta experiência foi determinante para a
demonstração da viabilidade do trabalho dos empreendimentos da economia
solidária, da eficácia superior da ação econômica em rede e a conquista
de confiança por parte dos trabalhadores. Assim nasceu o núcleo de
confecção da EMREDE.
Com a experiência do FSM2003, os empreendimentos estão
organizados por segmentos de forma autogestionária, tendo a rede uma
coordenação unitária de todos os segmentos. Esta coordenação organiza
as instâncias necessárias para a integração e ação comum na atividade
econômica, tais como, núcleo de negócios, de tecnologia, de publicidade
e propaganda.
A EMREDE busca fortalecer os empreendimentos na sua
organização e autogestão e na prospecção e concretização de negócios no
mercado econômico que possam gerar renda.
A EMREDE possui um segmento de confecção composto por 9
empreendimentos solidários, de diferentes bairros de Porto Alegre, com
distintas características. Tem empreendimentos, como o Clube de
Reciclagem Morro da Cruz, que trabalha estilo e design com material
reciclado. Tem também empreendimentos, como o Costurando Cidadania –
Campo da Tuca e o MUSC – Mulheres Solidárias de Cachoeirinha, que
trabalha com produção em série por facção. Este segmento possui sua
coordenação interna e faz parte da coordenação geral da rede. Tem
participado de feiras de comercialização com estandes unificados e
produzido coletivamente encomendas captadas pela EMREDE.
O segmento do vestuário é caracterizado pelo grande
número de produtores, inclusive pequenos, com muita concorrência, a
exceção da matéria prima que é oligopolizada. Exige baixos
investimentos e as tecnologias são bastante difundidas. O mercado
consumidor é amplo – permeia todas as classes sociais. Alguns nichos,
que permitem maior valor agregado, se baseiam na inovação de materiais
(tipos de tecidos e acessórios) e, principalmente, de design que
acompanham tendências de moda. A competição no setor é definida
principalmente pela capacidade de autofinanciamento, inovação de
produtos e, acesso aos mercados consumidores. Existem alguns nichos de
mercado institucional – empresas públicas e privadas – que podem
constituir-se na alavancagem de um empreendimento.
Neste cenário, o que está faltando é uma ação dirigida
para estimular a cooperação e a solidariedade na produção da confecção
articulada em rede entre estes grupos formados por costureiras
excluídas, constituindo assim uma saída econômica e social para o
desemprego. A combinação de demandas permanentes de confecção com uma
organização estável e bem assessorada da produção e gestão pode se
constituir em uma alternativa sólida para os trabalhadores envolvidos e
um exemplo de investimento social e econômico para as demais
instituições e trabalhadores.
Assim como são importantes políticas públicas que
ofereçam serviços públicos de qualidade e de acesso universal, bem como
políticas redistributivas e compensatórias, também é fundamental o
estímulo às atividades econômicas e sociais que produzam e distribuam
renda.
II.Justificativa
O desafio desse Projeto é propiciar melhores condições
para uma inserção econômica sustentada destes empreendimentos
solidários, possibilitando maior agregação de valor na produção, com
conseqüente aumento de renda para os trabalhadores excluídos
socialmente e respectiva acumulação em meios de produção, tecnologias,
conhecimentos e inclusão social. A necessidade da gestão coletiva –
autogestão – imprescindível para conquistar espaços no mercado que
garantam agregação e realização de renda só será construída através da
prática concreta da atividade econômica sistemática e organizada, com
apoio na formação para a autogestão e na busca de oportunidades de
negócios gerando resultados econômicos.
Neste sentido, O Grupo Hospitalar Conceição – GHC tem um
papel social fundamental a cumprir, a partir das necessidades
operacionais fixas que possui para realizar a missão primeira a que se
destina a instituição, qual seja, a de ofertar saúde pública para a
população de baixa renda.
O GHC – Grupo Hospitalar Conceição, localizado em Porto
Alegre, é vinculado ao Ministério da Saúde, que é seu acionista
majoritário, e conta com quatro unidades hospitalares: Nossa Senhora da
Conceição, Hospital Criança Conceição, Hospital Cristo Redentor e
Hospital Fêmina. O GHC possui 1.800 leitos, incluindo UTI’s e
emergência, que apresentam internação média de 5.300 pessoas por mês,
realizam 5.000 consultas/dia, 900 partos por mês e mais de 3.000
cirurgias por mês. Quanto à população atendida, 50% é da cidade de
Porto Alegre, 40% da Região Metropolitana e 10% de outros municípios do
Estado e do Brasil.
O GHC forma um terço dos especialistas em medicina no
Rio Grande do Sul, propicia campo de estágio para alunos de 24
faculdades da área de saúde, atende 125.000 pessoas nas 12 unidades do
Serviço de Saúde Comunitária, correspondendo a 10% da população do
município. Seu orçamento é de R$350.000.000,00 (trezentos e cinqüenta
milhões de reais) para o ano de 2003.
A necessidade permanente de consumo de roupa hospitalar
impõe ao GHC um custo fixo determinado pelas empresas tradicionais do
mercado. A estrutura de custos do Projeto pode demonstrar que pelo
mesmo valor ou menos, devido à produção associativa, cooperada e
solidária dos trabalhadores, e às assessorias de baixo custo, o GHC
pode ter o mesmo produto, com a mesma qualidade ou superior, e ainda
alavancar uma incipiente indústria solidária de confecção organizada
pelos próprios trabalhadores, servindo como exemplo de reinserção
social para muitos outros excluídos sociais.
Viabilizar a produção da roupa hospitalar necessária
para o GHC por grupos de trabalhadores desempregados e, com isso, além
de gerar renda imediata, propiciar uma experiência concreta ce
associativismo solidário, formação de empresas autosustentadas e
abertura de novas oportunidades de mercado significam uma ampliação dos
próprios objetivos sociais do grupo hospitalar.
A realização deste projeto servirá como exemplo a ser
seguido pelos demais hospitais públicos e privados, criando
oportunidades não só para a ampliação da EMREDE como para a formação de
novas redes e novos segmentos como o de alimentação com importância na
área da saúde.Os hospitais podem servir de exemplo para outros
segmentos que utilizam uniformes, vestuários de cama e mesa, e outras
áreas da costura.
O Projeto CONFECÇÃO SOLIDÁRIA visa organizar uma
estrutura de produção pela EMREDE, através do segmento de confecção, de
36.640 peças por mês da roupa hospitalar do GHC. Para este fim, deve
dispor do acompanhamento da ONG GUAYÍ – formação para autogestão,
assessoria para a atividade econômica e gestão de rede, das
dependências do Centro Gestor de Confecção Solidária, estrutura sob
responsabilidade da GUAYÍ, e dos empreendimentos solidários de
confecção definidos pela coordenação da EMREDE.
A produção de roupa hospitalar exige precisão e
qualidade. O estoque hospitalar do GHC trabalha com um tempo de
armazenamento de 24h até 48h. Devido ao tipo de uso, as peças não podem
ter nenhum defeito, sendo necessário um controle de qualidade rigoroso.
A necessidade do hospital exige a manutenção de um ritmo de produção e
de uma crescente produtividade. A administração e a logística do
processo de produção e distribuição são tarefas que devem ser cumpridas
pela própria rede de trabalhadores. A implantação da gestão desse
processo exige qualificação profissional, formação em autogestão e
assessorias técnicas multidisciplinares. A articulação em rede
solidária, envolvendo os trabalhadores, os técnicos da GUAYÍ e os
técnicos de saúde do GHC é elemento decisivo no processo de
aprendizado, organização e realização da renda.
O projeto implica em uma parceira entre o GHC e a GUAYÍ
para implantar o sistema de produção de roupa hospitalar, fomentando
uma rede de cooperativas solidárias autogestionárias – a EMREDE , no
ramo de confecção.
Com a implantação do Projeto CONFECÇÃO SOLIDÁRIA bem
sucedido, ou seja, o processo produtivo, de controle de qualidade e
distribuição da roupa hospitalar estando bem solidificado, criam-se
condições para a ampliação da produção e atendimento de novas demandas
do GHC.
A importância deste projeto está no seu pioneirismo.
Suas ações geram novas políticas públicas que combinam o custo
operacional com política social tendo resultado econômico positivo como
um plus. E também as ações geram novas relações de trabalho fundadas na
união, na cooperação, na solidariedade e na articulação em redes,
obtendo resultados econômicos efetivos. As ações articuladas em seu
conjunto devem servir de modelo para uma política pública de geração de
renda que tenha efetividade no resultado econômico e, ao mesmo tempo,
estimule a qualificação para a emancipação individual e coletiva dos
cidadãos, com evidentes ganhos sociais. A experiência coletiva de
realizar a gestão do trabalho, assumindo novas responsabilidades e
dimensões é educativo e libertador para a prática social. A rede se
organiza por cooperativas que fazem sua própria gestão e negociam seus
acordos na rede para a ação comum na atividade econômica. Este
aprendizado só é possível neste tipo de experiência. A responsabilidade
social está vinculada ao fomento à atividade econômica autogestionária
com acumulação de conhecimento e busca de autosustentabilidade.
III.Público Alvo
O público alvo do Projeto são os trabalhadores dos
empreendimentos solidários do segmento de confecção da Eco-sol EMREDE.
Para o nível de demanda definido no Projeto, o segmento de rede
necessário para atender as 36 mil peças/mês é composto por quatro
empreendimentos solidários, envolvendo diretamente 40 trabalhadores.
Os empreendimentos solidários indicados pela EMREDE são
Costurando e Tecendo Cidadania – Tuca; MUSC – Cachoeirinha; Art’s Atual
– Norte; Campo do Cristal – Cristal.
Os empreendimentos são distribuídos geograficamente de
forma equilibrada entre as zonas norte, leste e sul da cidade, assim
como o número de trabalhadores por empreendimento, beneficiando, com
esta ação indiretamente mais de 320 pessoas no primeiro momento.
Com o efeito multiplicador desse projeto, na medida em
que novos projetos e programas com as mesmas características sejam
implementados a partir desse exemplo, a área de influência das
cooperativas solidárias e das redes tende a aumentar mais ainda.
Amplia, assim, o público beneficiado direta e indiretamente por esta
alternativa ao desemprego.
V. Objetivo Geral
Construir um modelo de produção autogestionária,
cooperativo e solidário, através de uma rede de trabalhadores da
confecção, em parceria com o Grupo Hospitalar Conceição, com aumento de
renda para os trabalhadores excluídos socialmente e com a respectiva
acumulação em meios de produção, tecnologias, conhecimentos e inclusão
social.
VI. Objetivos Específicos
1.Qualificar os trabalhadores da confecção para autogestão dos empreendimentos e da rede solidária;
2.Instalar o Centro Gestor da Confecção Solidária como
organismo de formação, coordenação operacional e orientação da produção
da roupa hospitalar;
3.Organizar as unidades de produção em quatro empreendimentos solidários;
4.Construir as instâncias de decisão da autogestão da
rede para os assuntos da produção material, da administração, da
distribuição e das relações políticas;
5.Implantar o sistema de logística da rede para a circulação e distribuição da matéria prima e final;
6.Formalizar, nas condições do novo código civil (2003),
os empreendimentos solidários e a EMREDE para as operações comercias
permanentes com o GHC;
7.Reforçar uma cultura de solidariedade, de cooperação e
transparência entre as cooperativas, e entre a EMREDE e o GHC e a GUAYÍ
na implantação do modelo de confecção solidária.
VII. Metodologia
A metodologia consiste em criar as condições necessárias
para que quatro cooperativas solidárias de confecção produzam em rede
36.640 peças por mês de roupa hospitalar para o GHC.
As quatro cooperativas solidárias de confecção são
empreendimentos solidários da EMREDE que atuam em escala reduzida de
produção, mas que já têm uma articulação entre si e com a GUAYÍ na ação
de mercado.
O GHC fornece a matéria prima e as orientações técnicas
específicas de saúde que envolve a produção da roupa hospitalar,
inclusive no processo de qualificação profissional.
A GUAYÍ mobiliza os empreendimentos solidários da
EMREDE, através de suas reuniões periódicas para a discussão e
planejamento do projeto. Participam destas reuniões as coordenações dos
empreendimentos, a coordenação e os técnicos da GUAYÍ.
Em parceria com Comissão Municipal de Emprego e a
Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio, a GUAYÍ
realizará a qualificação (vide metodologia no quadro de metas) em
autogestão e confecção de roupa hospitalar, já tendo disponível recurso
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Governo Federal.
Em sede localizada no bairro Santa Tereza, a GUAYÍ vai
instalar o Centro Gestor da Confecção Solidária, em área de 100m², com
10 máquinas de costura, incluindo costura reta, galoneira, overlock,
corte e tear. Junto à estrutura de produção material, será instalado a
estrutura administrativa, composta por 5 jogos de mesas e cadeiras,
computador, sala de oficinas com 25 cadeiras e equipamento de
visualização.
Com a seleção dos trabalhadores realizada nos
empreendimentos solidários durante o processo de qualificação
profissional, técnicos em autogestão da GUAYÍ nas áreas de confecção,
economia, ciências sociais, engenharia de produção, administração,
contabilidade e direito estarão atuando junto as quatro unidades de
produção para a organização do processo de gestão e produção material,
com a realização de oficinas de formação nos próprios locais e layout
de produção.
Tendo definida a organização da gestão interna e
capacidade de produção em cada empreendimento solidário, será
organizado um seminário com a participação dos trabalhadores
envolvidos, os técnicos da GUAYÍ e os técnicos do GHC para a definição
do circuito de gestão e produção, seus ritmos, instâncias de decisão e
prazos. Neste seminário será definido o formato de coordenação
operacional e orientação da gestão e da produção pelo Centro Gestor, e
as instâncias de decisão política da EMREDE e da relação com o GHC.
A logística ficará a cargo de um veículo do tipo ”Van”,
que transporta cargas de pequeno porte como é característica do
processo trabalhar com produção sistemática e contínua, com média
pré-estimada de quatro entregas semanais, otimizando a produção,o
controle de qualidade e a gestão dos processos de trabalho. Toda a
circulação, desde a matéria prima até o produto final ficará a cargo da
EMREDE.
Com a liberação dos tecidos pelo GHC, a partir do
planejamento de produção realizado no Centro Gestor (CG), a “Van”
distribui a matéria prima nas unidades de produção (UP) acompanhadas
por dois monitores da EMREDE – responsáveis pelo acompanhamento direto
de produção nas 4 UP’s. Uma equipe de três técnicos estará disponíveis
para o apoio de produção material, manutenção de equipamentos e de
gestão.
A “Van” faz o circuito da captação do produto final para
o controle de qualidade realizado no CG pelos técnicos da EMREDE. Os
produtos com defeito retornam para a UP de origem,enquanto que os
aprovados são entregues no GHC.
Os empreendimentos solidários serão assessorados, por um
técnico especializado, para a formalização da pessoa jurídica
correspondente, assim como a formalização da pessoa jurídica da EMREDE,
a fim de que possam estabelecer relações jurídicas e comerciais
estáveis e permanentes com o GHC, e com as relações econômicas e
sociais em geral.
Para a constituição de um processo permanente de
avaliação, com aprendizagem, ajustes no modelo de produção, e
construção do modelo de autogestão, serão realizadas oficinas mensais
de formação em autogestão. A cada dois meses, serão realizadas as
oficinas setoriais temáticas cujos temas serão indicados nas avaliações
mensais. Os participantes destas oficinas mensais são os trabalhadores
dos empreendimentos solidários da EMREDE, os técnicos e coordenadores
da GUAYÍ e do GHC.
O projeto estará concluído com o fornecimento estável,
de qualidade, e a um preço compatível, da roupa hospitalar para o GHC
por parte de cooperativas solidárias formalizadas, e articulada na
EMREDE,com pessoa jurídica própria.
VIII.CRONOGRAMA
Objetivos / Ações |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
11 |
12 |
Qualificar os trabalhadores |
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Instalar o Centro Gestor |
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Seleção dos trabalhadores |
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Organização das Unidades de Produção (UP) |
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Seminário sobre o circuito de gestão e produção |
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Implantar a logística |
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Produção da roupa hospitalar |
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Formalização dos empreendimentos solidários |
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Formalização da EMREDE |
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Realização de oficinas de autogestão – avaliação e planejamento (mensal) |
||||||||||||
Realização de oficinas temáticas |
IX. CUSTOS
Custo da Confecção Hospitalar em Rede de Economia Solidária |
|
Qtde de tipos de peças |
81 |
Total peças mês (1) |
36.640 |
Custo de Produção |
R$ 25.252,29 |
Custos Tributários/previdenciários |
R$ 10.406,51 |
Custo de Gestão 5% (4) |
R$ 1.782,94 |
Custo Total de Produção (2) |
R$ 37.441,74 |
Custo Unitário Médio (3) |
R$ 1,02 |
Trabalhadoras (es) envolvidos |
|
Produção Direta (5) |
26 a 36 |
Gestão e Capacitação |
4 |
(1) – Informação fornecida pelo GHC
(2) – Inclui custos diretos e indiretos, inclusive
tributários e de organização social e econômica para inclusão,
formalização e sustentabilidade dos trabalhadores envolvidos.
(3) – Cada peça tem um custo específico, uma alteração nas quantidades pode alterar o custo médio e total
(4) – Refere-se à gestão operacional competente a OSCIP.
(5) – A carga horária deverá variar de acordo com a disponibilidade das trabalhadoras
IX.Responsável pelo Projeto
GUAYÍ – Democracia, Participação e Solidariedade
Milton Pantaleão – Coordenador Geral
Sergio Kapron – Coordenador Técnico